terça-feira, 11 de outubro de 2016

À procura do vestido ideal para um casamento indiano

Não haverá no mundo pessoa que goste mais de casamentos do que eu, e quando a Sara amiga dos tempos da faculdade me convidou para o seu respondi logo que sim, mal sabia eu na trabalheira que me ia meter, pois porque quando recebi o convite formal duas semanas mais tarde percebi que este seria um casamento de descoberta, Sara haveria de casar com um moço indiano.

O convite, o convite mais parecia um album, todo em tons de dourado e devidamente ornamentado dentro estaria o convite para as cerimónias, sim porque um casamento indiano não é coisa de uma cerimónia só e para menos de três dias, após este momento de excitação pensei para mim,este é um casamento indiano e isto para mim é chinês, próximo passo internet... meia hora depois estava eu frente ao computador boquiaberta com a quantidade de rituais que estariam envolvidos, de lágrima no olho, claro, que eu sou uma lamechas ao ler que um dos rituais é o noivo e a noiva darem sete voltas em torno do fogo com peças de vestuário de um atado à do outro e enunciando a cada volta os votos e promessas. Haverá ritual mais bonito que este?

O que vestir? Visto que no nosso círculo de amigos um casamento indiano não era nada comum todos nós estavamos a pensar não descontrastar com a família do noivo e embarcarmos também nesta experiência que é um casamento indiano, cor, ornamentos, rituais, trajes maquilhagem e penteados deslumbrantes estas seriam a palavra de ordem. Escusado será dizer que haveria de comprar a roupa numa loja online, procurei procurei e encontrei :), strandofsilk.com loja online com todo o tipo de roupa indiana e a solução para todos os meus problemas: wedding outfit generator, não podia acreditar que após tanto tempo de pesquisa seria tão fácil encontrar a solução para o que vestir usando um simulador.

Pois é tão simples como isto: https://strandofsilk.com/perfect-indian-wedding-outfit-generator , Escolhe-se o tipo de convidado,

Escolhe-se o tipo de convidado

O tipo de Cerimónia,

O tipo de Cerimónia

E aparecem as sugestões de estilo, bem como, e muito importante outras dicas tais como: o que não usar,

E aparecem as sugestões de estilo, bem como, e muito importante outras dicas tais como: o que não usar

Escrevo este post enquanto viajo para Portugal, o casamento é daqui a três dias e não consigo conter o entusiasmo de experiênciar esta cerimónia, do noivado oficial ao ritual Haldi, das pinturas com henna ao casamento em si, das sete voltas em torno do fogo à recepção com todo o tipo de comida e doces indianos e claro as danças estilo bollywood.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Cozinhas do mundo, a descoberta de uma paixão

Não teria eu saído de portugal alguma vez e tudo o que conheceria de comida seria a típica portuguesa e a comercial chinesa, comecar a cozinhar foi primeiro uma necessidade depois veio o gosto e com o conhecer de novas cozinhas a paixão e trabalho.

Sou da geração que tem como obrigação saber cozinhar e fazer todas as outras tarefas domésticas.. lembro-me da primeira vez que cozinhei, frango estufado a minha mãe trabalhava pela primeira vez a horas não compatíveis com o jantar de familia e sendo a outra única mulher, adolescente na altura, na familia passou a ser minha função providenciar refeição para todos. Segui as instruções deixadas pela mãe mas o único passo que seria de fazer 'a olho' falhou e o resultado foi um frango estufado com alguns 5 litros de caldo.

Não tenho muitas memórias desse verão nem sei se voltei a cozinhar naquela altura, a memória seguinte é a de quando estudava no secundário.. quartas e sextas seria dia de vir para casa às duas da tarde e se o almoço não agradasse punha um taxo ao lume e quase sempre fazia esparguete com salsichas, salsichas hoje não as como e esparguete é a massa menos favorita. Venho de uma familia onde se cozinha bem e os almocos de domingo são sempre uma perdição mas por ser boa aluna as minhas atenções nem por isso estavam viradas em aprender, tenho boas lembranças de ver a avó de lenço na cabeça a fazer a massa do pão e folar, acender o forno a lenha e cozê-lo, lembro-me da técnica de saber se o pão estaria pronto: bate-se no fundo e deve ouvir-se um som semelhante a pão pão, também havia a superstição de que não se podia cortar a faca pão parte da fornada se ainda houvesse pão a cozer, tradição do passado pois hoje em dia o pão é comprado mas na memória fica o abrir da bôla à mão verter azeite caseiro e polvilhar açucar em cima sabor dos deuses que ficará sempre na memória.. A tia Nela, 10 anos mais velha ensinou-me a limpar a casa, lavar a loiça, e pastelaria. Fim de semana seriam dias de fazer bolos, sobremesas e uma vez em outra pizza caseira e bolas de carne, sardinha ou atum.

2004, Ano em que ingressei na universidade, tempo de aprender a cozinhar mais do que massa e bife grelhado, telefonei à minha avó, tinha vontade de aprender a fazer o típico assado de domingo, ainda hoje me lembro da conversa, receita e da voz da minha querida avó a tentar meter em palavras o que as mãos sabiam de cor. Em comparação com os colegas de casa na altura os jantares eram bem bons mas hoje 12 anos passados não tenho tanta certeza se seriam verdadeiramente decentes.

7 anos de universidade foram suficientes para me tornar perita em cozinha tradicional portuguesa, um namoro com um português italiano abriu uma pequena janela pra mais comida italiana do que pizza e lasanha, gnocchis e massas recheadas passaram a ser comuns na ementa lá em casa. 

Com a primeira viagem sem os pais fora de Portugal vieram as primeiras experiências com cozinhas do mundo.
Chegada a Madrid para uma visita de 4 dias com um amigo,o jantar foi no tailandês, sopa de frango, côco e erva-principe, tão saborosa e tão delicada. Penso que foi nesse ponto que a fome por novas culturas e comidas se tornou insaciavel.. terceiro dia visita a Toledo e o meu primeiro contacto com comida àrabe, falafel hoje em dia comum lá em casa e naquele momento nem sabia o que seria desse momento até hoje passaram apenas 3 anos, incrível o conhecimento que assimilei vivendo em Itália e Londres e a viajar pela Europa.

Primeira vez em Londres o amor à primeira vista pela cidade e a chuva de novos sabores, almoçar no busaba nessa altura foi quase orgásmico.. o perfume que vinha da cozinha, a complexidade de sabor, a textura perfeita do caril verde de frango ainda hoje um dos meus pratos preferidos. O jantar foi no Amaya restaurante indiano com estrela michelin confesso que não gostei, visita à Escócia e o primeiro jantar verdadeiramente indiano, lembro-me de não haver espaço na mesa para mais travessas, tudo o que provava sabia divinal com naan na mão a dada altura não sabia de que travessa comer, ainda hoje é a melhor refeição de que tenho memória, cheia até não conseguir respirar soube ali que aquela era a minha comida preferida.. desde ali quando houvesse escolha indiano seria.. ter amigos indianos incitou ao mergulho nesta cultura gastronómica, veio dosa massala, biryani, daal, poha e os doces indianos, tão simples em ingredientes, delicados e sabor sem igual.

Sempre que posso tento fazer comida indiana em casa e os primeiros pratos não foram de desapontar, motivação é sempre a mesma, cozinhar para aqueles de quem gosto. Escrevo este post enquanto viajo pra Portugal e 50% da minha bagagem é comestivel, trazer novas comidas a casa da avó é a minha nova satisfação. Ser chef, aprender a cada dia motiva-me, cozinhar para aqueles de quem gosto preenche-me.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

India, Incredible India

Delhi, 20 de Junho de 2015 o meu primeiro carimbo no passaporte, viagem longa planeava dormir toda a duração do vôo mas o entusiasmo era demasiado, Um passo fora do aeroporto internacional Indira Ghandi e de repente não conseguia respirar ;) o calor era imenso a cada respiro a esperança de uma brisa de ar mais freco, após uns 15 minutos a tentar que o motorista me encontrasse e num jogo de pernas numa estrada onde regras parecem nãao existir lá entrei no taxi que me levaria no primeiro encontro com a cidade e o país, tudo era diferente, buzinadelas como meio de comunicação entre condutores é o código destas estradas, se resulta qual é o problema, certo? autocarros à pinha e com alguns 40 anos, motos com 3, 4 pessoas em cima e os típicos rickshaw. tudo o que os olhos alcancavam àquela hora.


Chegada ao hotel Shangri la New Delhi o primeiro encontro com o luxo dos hotéis 5 estrelas na Ìndia o lobby de entrada é sempre de deslumbrar e este fica na memória, com o candelabro mais espantoso que já vi e fazer pandã com um pavimento em mármore branco com toda a certeza a estadia seria bastante confortável ainda que fosse só uma noite.



Depois de me refrescar era tempo de comer algo, este hotel tem um restaurante buffet com vários tipos de comida do mundo, a atenção foi toda para a secção do pão onde alguém 'enfornava' pão num tandoori um jogo de mãos que mais parecia malabarismo fiquei logo ali de boca aberta.  

Acordei a manhã seguinte aliás madrugada era tempo de apanhar o comboio para Agra, a estação dos comboios a 5 minutos de distância de carro e o primeiro vislumbre das gentes, o primeiro choque, pessoas a dormir no chão a uns 2 metros da estrada principal, é tão normal que se torna indiferente aos motoristas. Chegada à estação foi tempo de negociar o preço do 'coolie' 200 rupias menos de 20 cêntimos pelo levar a mala do taxi para a plataforma, enquanto carregam a mala à cabeça pedem para ver o bilhete do comboio, consoante o lugar reservado corresponderá uma parte da plataforma e este tipo de informação não está disponivel em lugar algum.


Deli a Agra 4 horas no expresso, primeira classe maioritariamente turistas comida começa a ser servida logo que o comboio sai da estação chá, pão. manteiga, e as famosas bolachas Parle-G, 2 horas depois almoço que não provei, mais duas horas e eis-me chegada a Agra, mais uma viagem de taxi e cheguei ao Hotel Oberoi Amarvillas, uma bonita cerimónia de rececpão com bebida refrecante de rosas e bindi na varanda com vista para o Taj Mahal um total sentimento de boas vindas e o sentimento de estar num sítio que sonhava conhecer desde pequena e que não pensava poder realisar.




De repente senti a necessidade de vestir traje indiano fui até ao mercado central comprei uma kurta pyjama jantei no restaurante do hotel, comida tradicional indiana o melhor de todos peixe com molho de mostarda e leite de côco e fui dormir, o dia seguinte seria de madrugar outra vez porque segundo o guia turístico o nascer do sol é a melhor altura para visitar o Taj Mahal porque supostamente o mármore branco adquire um maior brilho nessa altura, acordei às 5, em vez da luz do nascer do dia era o escuro da chuva que me esperava, à espera da abertura do monumento aproveitei para provar o famoso chai num pequeno stand de venda mesmo frente à entrada.Taj transmite uma paz interior, senti que podia sentar e observa-lo toda a manhã.